Introdução ao Jogo
Desde a primeira vez que conheci Gaúcho and the Grassland, um jogo brasileiro desenvolvido pela Epopeia Games, fiquei impressionado com sua temática. Sendo natural do Rio Grande do Sul, a conexão com o título foi instantânea.
Além da temática, o jogo se destacou por seu gameplay, acessível através de uma demo gratuita. Com influências de jogos de fazenda, a proposta é que o jogador assuma o papel de um gaúcho nos pampas, cuidando do gado, interagindo com outros moradores e, claro, degustando um bom chimarrão.
Embora a atmosfera dos trailers possa remeter a um “Stardew Valley” da vida, Gaúcho and the Grassland apresenta uma identidade única, evidenciando a necessidade de mais jogos que retratem a cultura brasileira. A seguir, compartilho minha experiência em uma análise completa.
Uma História Cheia de Cultura e Coração
Focado na modalidade single-player, Gaúcho and the Grassland inicia de forma familiar para aqueles que já jogaram títulos no estilo de Stardew Valley. Você herda uma propriedade deixada pelo seu pai e precisa recomeçar sua vida nos pampas. No entanto, a semelhança termina por aí.
A narrativa se desdobra em três regiões inspiradas no Rio Grande do Sul, que enfrentam problemas misteriosos após a partida de seus antigos guardiões. Cabe ao jogador desvendar esses mistérios e ajudar a população local, tudo isso imerso em elementos autênticos da cultura gaúcha. Lendas regionais, expressões típicas, chimarrão e até um plano espiritual fazem parte dessa experiência única, que toca o coração de quem cresceu no Sul.
- Importância da Representação: Mostra como é essencial que mais estúdios brasileiros desenvolvam jogos sobre o Brasil e suas vivências.
- Convite Educativo: Serve como uma porta de entrada para quem não conhece a cultura do Rio Grande do Sul, apresentando um retrato sensível e divertido.
Empatia como Diferencial
No aspecto prático, Gaúcho and the Grassland se distancia da agricultura convencional, apostando na coleta e pecuária. O personagem, personalizável, assim como seu cachorro e cavalo, explora o ambiente para ajudar os moradores, construindo estruturas e coletando recursos.
Um aspecto interessante do jogo é a ausência de dinheiro; todas as trocas são realizadas por permuta, o que reforça a atmosfera de simplicidade. A exploração é livre, com três grandes áreas impactadas pelo Boitatá, uma figura do folclore brasileiro. O combate não ocorre de forma tradicional, mas sim de maneira simbólica, por meio de labirintos espirituais baseados na compaixão.
Durante minha jornada, senti como se estivesse vivendo algo semelhante a “Avatar: A Lenda de Aang”, com um toque do Superman de James Gunn, onde você ajuda todos, mesmo que os pedidos pareçam simples. O foco do jogo não é transformar o jogador em um herói poderoso, mas em uma pessoa melhor.
Esse ciclo de gameplay é envolvente e gratificante, oferecendo pelo menos 10 horas de conteúdo adicional mesmo após o término dos objetivos principais. Um pequeno ponto negativo, no entanto, é o balanceamento de certos itens, como o chimarrão, que podem exigir mais esforço do jogador do que o desejado em alguns momentos.
Gráficos e Trilha Sonora
No que tange à parte visual, a direção de arte de Gaúcho and the Grassland é simples, mas encantadora. Os personagens possuem um visual caricatural, porém expressivo, com várias opções de personalização, incluindo cores representativas dos times de futebol do Inter e do Grêmio, evidenciando o cuidado com os detalhes culturais.
A trilha sonora é um destaque à parte, composta por músicas típicas de CTG, com ritmos envolventes que dialogam com a cultura do Rio Grande do Sul e uma boa dose de humor. A dublagem carismática e cheia de sotaque contribui para a imersão, tornando cada interação memorável.
Apesar de alguns bugs complicados no lançamento, a equipe da Epopeia já está trabalhando em correções, proporcionando patches que melhoraram consideravelmente a experiência de jogo.
Cabe também mencionar que, em um computador potente, a performance é excelente, com suporte para telas ultrawide. Entretanto, no Steam Deck, o jogo é limitado a 30 quadros por segundo, algo que poderia ser otimizado.
Conclusão: Vale a Pena Jogar?
Gaúcho and the Grassland oferece uma experiência rica em cultura, combinando um gameplay divertido e envolvente. Para aqueles que são gaúchos, a jornada é inesquecível e repleta de emoção.
Para os fãs de jogos de fazenda, este título apresenta uma abordagem interessante e acessível, apesar de algumas limitações. Se você busca entender mais sobre a cultura do Rio Grande do Sul de forma lúdica e interativa, essa é uma ótima opção.
Embora existam alguns pequenos problemas de balanceamento e bugs na versão inicial, o jogo se destaca pelo que oferece: carisma, autenticidade e um gameplay centrado na empatia – valores essenciais em tempos difíceis. E, considerando seu preço acessível, o custo-benefício é impressionante, especialmente durante promoções.
Deixe sua opinião nos comentários! O que você achou de Gaúcho and the Grassland?

Referências
Esse jogo é um dos lançamentos de jogos do mês e está entre os melhores jogos brasileiros da Summer Game Fest 2025. Para mais detalhes, confira também sobre o lançamento do jogo Gaúcho.

